sexta-feira, 27 de agosto de 2010








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Momento propaganda : lelov.tumblr.com
me rendi ao tumblr pra postar minhas fotos, se também gostarem, visitem (:

sábado, 21 de agosto de 2010

EM 2O ANOS.

    





    Daqui a um ano, eu vou estar além do que minha mente aguçada, voraz e amordaçada pretende ir. Daqui a 365 dias e alguns segundos se contar de agora, eu vou voar de asa delta, comer comida tailândesa e virar surfista profissional. Vou saber falar francês, inglês e italiano; morar em Bruxelas e visitar o Louvre com meu noivo canadense de sutaque e barba de francês. Tocarei na Monaliza, reenauguro o Coliseu e aceno pra vocês na varanda do vaticano.
Fico amiga da Madonna, farei curso de tiro ao alvo e por fim acerto a sapato direto no George Bush.
         Daqui a cinco anos, vou estar em pleno êxtase existêncial, não cabendo em mim a descoberta
de estar viva, e de sobreviver vivendo, assim tão vivo, me esquecerei que morrer, às vezes,  assim só um pouquinho, também faz parte do escapismo. Escape, que enche de ar o coração e frequência o pulmão... Mas me darei conta disso e escreverei uma carta romântica, de romance burguês (com letra desenhada e corações invés dos pingos sobre os is) para o meu antigo amor; e quando me afogar de pleonasmos piegas nessa carta, ficarei triste e então estarei completa.
Escrevo um livro, reivento palavras e cito Dostoiévski em poemas. O poema de número 77, será escrito lá de um ashram indiano, onde só com a força do Eu inabalável farei uma obra  literária, sem precisar nem de caneta, porque serei inabalavelíssima! Anos: luz...
Então em quinze anos, me desafaço de tudo: aliança, casa e compromisso, e em cima de uma ponte, rifo meu coração, levanto a blusa e pulo. Agarrada a uma corda que me salve e deixe meu amor pendurado por horas; o coração por um fio! Até os bombeiros chegarem e o meu coração ser arrancado à força do meu tórax por dois deles de uma só vez.
         E aí em 20 anos, lanço minhas memórias. E conto tudo oque eu fiz em honra à vida, que me foi dada de presente, gratuíta; e como cavalo dado não se olha os dentes, aceito-a sem intensificar os defeitos. Para não temer quando o espelho perguntar :
         - Decepciona mais oque você fez ou oque não fez, meu caro?







perplexidades.

a parte mais efêmera
de mim
é esta consciência de que existo
e todo o existir consiste nisto
é estranho!
e mais estranho
ainda
me é sabê-lo
e saber
que esta consciência dura menos
que um fio de meu cabelo
e mais estranho ainda
que sabê-lo
é que
enquanto dura me é dado
o infinito universo constelado
de quatrilhões e quatrilhões de estrelas
sendo que umas poucas delas
posso vê-las
fulgindo no presente do passado.

Ferreira Gullar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cai num tom razo do céu
um pássaro desavisado;
dando, abaixo de onde deveria estar, passos.
Passos por onde só gente de carne e pecado poderia estar...


Cai de um tom aveludado,
asas batendo por um milésimo a milhão.
fingindo que não tem medo
ser filho do deus cronos
e acabar engolido por ser primogenito do tempo.


Cai passarinho andante,
nas mãos de alguém que arraste
um manto pesaroso.


Cai pássaro ardente,
bebeiricando o amor na terra
já que não encontra no ar .


Cai! como todo ser que nunca se contenta
com a vista que tem do lugar onde está .


domingo, 8 de agosto de 2010

Até logo, amigos!

 Já devem ter sentido minha ausência pra não dizer inadiplência aqui no MW! Fiz uma breve-brevíssima explicação pra isso AQUI. Preciso de um tempo pra organizar as coisas e meu coração vibra com a hora que eu possa voltar firme e forte com as postagens. E mais uma vez, me desculpem!

Vou deixar um texto da Maria Rita Angeiras, que define um pouco o momento.


ATÉ LOGO.
Escrever é tocar alguma coisa. Uma coisa que às vezes é macia, mas que às vezes fere, até ferir tantas vezes que um dia o machucado fica tão grande que é preciso parar e cuidar da mão. Escrever acontece. E em alguns períodos acontece com tanta frequência que é preciso dar um passo atrás, antes que se adoeça do oco que se sente entre a linha um e a linha dois. E existe o cansaço físico de transformar letra em sentimento e sentimento em letra, porque é impossível equilibrar a limitação das palavras com a adorável ilimitação da vida. Escrever adoece. O pulmão, o coração, o peito e qualquer parte sensível que não aguente o sufoco de vibrar numa rima e morrer na outra, repetidamente. Escrever é uma troca. E sempre faz bem para os dois lados, mas não é saudável usar o ombro de quem lê para enxugar as lágrimas de quem escreve. Por isso, é preciso respeitar a ausência, sem achar que a falta da coisa escrita é a falta da própria pessoa que escreve. É preciso absorver o vazio, sem precisar recorrer à última gota de poesia, porque esta nunca se deve tirar do sangue que passeia no corpo. E, por fim, é preciso aceitar, com doçura, o silêncio, sem nenhum sentimento de perda, mas acreditando que, com ele, se ganha outra coisa. Outra coisa que engrandece. Outra coisa que não está escrita. E que nem precisa estar.





Eventualmente eu volto a escrever.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Se eu morrer antes de você.

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:  Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,  mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!" Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha
na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente,vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo
o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu ...
Ser seu amigo... já é um pedaço dele...