Depois de começar a ler Aqui é o melhor lugar da Cecelia Ahern, algumas perguntas que nunca tinha me feito antes começaram, a digamos, ficar martelando na minha cabeça. Todo mundo já tinha alguma coisa e que por algum motivo sumiu, você perdeu essa coisa mesmo sabendo que não mexeu nela; o lápis que estava ainda a pouco do seu lado, aquela blusa que você podia jurar que tinha visto a um minuto atrás... Em Aqui é o melhor lugar, Sandy Shortt tinha um tendência maior a se fazer essas perguntas e a ficar realmente intrigada com tudo isso, suas meias perdidas não podiam criar pernas e sair andando por aí sozinhas sem Sandy ou alguém tê-las tocado. Ela cresce e se torna membro de uma agência de busca por pessoas desaparecidas, até ela mesmo desaparecer. Ela vai parar em um lugar totalmente mágico e surreal chamado Aqui, e é nesse lugar onde todas as coisas perdidas vão. Mas não é minha intenção contar a história inteira do livro, a parte que realmente me interessou, é que não somente os objetos ou pessoas perdidas iam parar em‘Aqui’.
Quantos cheiros não ficaram perdidos da sua memória? Cheiro do perfume que só o seu pai usava, o cheiro do bolo saindo do forno que sua avó preparava. Os sons que se perderam em algum lugar e você mal lembra, como os das risadas que você já deu. A fisionomia de alguém que você não vê a há um tempo, que vai sumindo e por mais que você queria guardar é inevitável se despidir dela, muitas vezes sem nem perceber. É disso que estou falando, pra onde vão as nossas lembranças ? Os bons ou maus momentos existem simplesmente pra serem esquecidos depois de um tempo, para não voltarem mais ? Eu ainda não sei o final do livro, mas criei minha própria conclusão, fiz minha própria hipótese, para mim o Aqui é um lugar dentro dos nossos pensamentos, é um mundo só nosso, envolvendo nossas próprias lembranças esquecidas, não sei onde ele está, nem se seria bom encontrar lembranças, se seria um mundo colorido ou um mundo escuro. Enquanto não sei para onde vai oque perdemos, vou tratar de prestar bem atenção nas coisas boas pra não deixar elas se perderem, não quero ver o som dos meus sorrisos, o cheiro do bolo da minha avó ou o rosto de alguém que amo caídos no esquecimento.
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