Lembro da minha cabeça encostada no seu toráx, acompanhando a sua respiração e tentando descobrir a direção mais próxima ao seu pensamento. Lembro da minha mão deslizando por onde os caminhos do céu se cruzam e se entrelaçam no entardecer...
Escrevo e as palavras são pequenas, as canções desritmadas. E eu que achava que o meu amor podia tudo, me vi acorrentada quando não pude fazer o tempo voltar atrás naquele asfalto molhado. Ou pelo menos convencer os ventos a pararem de soprar. Sopravam tanto amor que o sol nasceu antes de nós adormecemos juntos.
Você vai chover lá fora, você é o sol da hora. Você é o silêncio antigo de um sorriso de canto de boca escondido. Você é ventania no calor impaciente no meu coração.
Então só me resta saber de onde vem os ventos, que ficou esquecido entre suspiro e o seu timbre, passados a limpo no meu bilhete embaixo da porta.
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