Dedicado aos pássaros escritores.

As pessoas falam demais e não fazem muita coisa quando o bicho pega. Ignoram os que ficam em silêncio, como se quem se cala não tivesse algo a dizer com uma caneta, um giz de cera, um graveto na areia molhada, um teclado ou desejos, tanto faz. A mesmice me enjoa fácil, canso muito rápido do banal... Eu queria um cara normal no cavalo branco, eu queria um jardim de borboletas, eu queria poder dizer tudo oque eu acho sem ter que ferir alguém, queria poder andar por aí sem medo de ser assaltada e eu queria também poder confiar em todas a pessoas. Ah, eu queria poder olhar e ter o poder de ler a mente dos que falam pouco, queria ter conhecido o Michael Jackson e ter dito que eu também acreditava na Terra do nunca. Queria salvar o mundo do aquecimento global e para cada um que passasse fome um tapa na cara no político irresponsável -ironicamente- responsável por isso . Hum, e também poder voar, mas por mim mesma, já que nos aviões tá difícil de confiar. Eu queria uma tela do tamanho do mundo em que eu pudesse escrever sem dizer uma palavra e pudesse traduzir meus pensamentos nos poemas que eu quisesse, ou, escrever um livro de 578 páginas que vendesse milhões pelo mundo todo. Queria um amor de verdade e amigos que enfrentassem tudo para me salvar. Também quero conhecer meu jogador de futebol favorito, encontrar os atores que já me fizeram chorar vendo seus filmes , e a minha banda predileta. Bem, eu só queria isso! Mas já que o Michael morreu, não tenho nenhuma ideia genial de acabar com o aquecimento global , nem pelo menos, tenho braços suficientes para bater nos políticos politicamente-incorretos, eu quero e peço uma única coisa, que o mundo nunca vire um amontoado de pessoas sem desejos que falam demais. E peço aos pássaros escritores que mostre seu céu em letras para quem não sabe o que quer, que nunca parem de escrever se é oque você realmente quer e sabe fazer, e obrigado aos que nunca desistiram de conversar em versos. Então fecho meus olhos e espero tudo oque eu quero se realizar saindo desse mundinho banal e repetitivo.