De tanto amar.

Sei que hei de amar por toda a minha vida. Um amor desmedido, um amor insensato, inquieto, voraz, brando e impiedoso. E amarei por todos os jardins de calvário, espinho e pedra ou de orquideas lilás exalando perfume que por mim passar. Amor em pensamento, amor em puro ódio de não poder parar de te amar. Amor por mim mesma, alguém ou ninguém, que exista ou me iluda. Sei que hei de amar montanhas e delas saltar sem medo do chão doloroso, ou morrendo de medo e mesmo assim saltar. Amarei ainda mais estrelas cobrindo a escuridão, perfurando o céu em brilho depois de dias longos de pensamentos em versos largados na eterna reprise de nós dois. De tanto amar o amor que sonho nasceu uma flor de ouro puro que se perpetuará e junto com o raiar do sol virarei poeta. Sei que hei de amar enquanto houver existência por que de amor sou feita, e esse é o meu carma. Viverei em um círculo de insegurança calorosa, e coração de vidro arquitetado e planejado por um Ser superior que me plantou assim. E só de tanto saber me perco em medo, de um dia perder sentido ter tanto amor dentro de mim.