A sra. Constância.

Eu sempre gostei de coisas simples e poetas famosos. Sempre quis ter algum super poder, acho que saber ler mentes ( embora grandes amizades acabassem por isso) e acima de tudo sempre gostei de mudar. A sra. Constância nunca andou de mãos dadas comigo. Ela e seu porte rigoroso, de dorso elevado e boa postura, eu todo o oposto de qualquer definição dada hoje sobre mim. Porque isso pra mim é a vida, é o meu jeito de olhar a caixinha de fatos chamada tempo, por hoje. O que me atraiu ontem, hoje passa e desvio o olhar. Sem rotina, embora ela faça falta quando a acaba e aí damos risadas com lágrimas lembrando de um tempo bom. Acho que quando me fizeram colocaram minhas opiniões em casulos, cada uma nasce e tem por destino se metarmofosear. Não é culpa do mundo, só não tenho pensamentos escrito em pedras. E o bom de tudo é que os dias não seguem uma lógica, e amanhã mesmo eu posso está escrevendo de quando eu fui bater na porta da sra. Constância e ela foi simpática comigo. Eu enjoou fácil, eu escuto os outros, desisto e persisto, empilho cartas de baralho e depois destruo. Sou como a lua em quatro fazes, as estações em várias cores, o céu de infinitos traços, sou como a vida e seus simples inconstantes caminhos, eu sou assim, e minhas palavras também. Por hoje. Quem sabe dia desses vou bater da porta da sra. Constância pedir uma chícara de açúcar, ela toda ordenada e com todos os fios de cabelo corretamente alinhados vá me fazer lembrar de uma voz poeta famosa de coisas simples , que dizia que é bem melhor ser uma metarmofose ambulante do que a ter aquela velha opinião formada sobre tudo.