sexta-feira, 14 de maio de 2010

Águas passadas.

               Não penso mais em você. Não como antes, não como deveria ser se a gente fosse real.
Também já esqueci entre os contatos da agenda teu número, endereço e sobrenome. Ainda me vem imagens distorcidas de alguma palavra torta, sussurrada, amarrada num laço mal feito como um presente dado com má vontade por alguém. Já passei da fase de te escrever abertamente coisas importantes em cartas banais. Que nunca serão repassadas à limpo na nossa antiga realidade... Remoendo o sentimento.

              Esperei mais.  Mais que o momento, que o riso, presença ou rumo... Quis  verdade!

Não há outro alguém, não há ninguém com amor ou sem. E como sempre, só me resta a rima cantada na barcarola do coração. Cada um para um lado, seguindo estranhos na rua. Pulando a voz rouca da consciência contando nossa história minguada. Contando o último não dos primeiros seixos sem um ao outro.

              E as mágoas... deixe que as águas levem.
          

2 comentários:

  1. Pessoas e momentos são esquecidos aos poucos, sao raros os que sobrevivem para sempre em nossa mente. Lindo texto, um beijo!

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  2. As águas sempre levam as dores de amores mal resolvidos.

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