quarta-feira, 30 de junho de 2010

Não faço parte do conjunto completo. Me afasto.
Corresponde-se na composição do meu dia, certo enlaço...
Enlaçando-se de amor translúcido sem lucidez.
Misturo-me ao mundo
mas nunca sou igual a ele. Me refaço.


Everlyn - Anything but easy

                  
myspace

CITAÇÕES - séries .

"Assim como as estações, as pessoas têm a habilidade de mudar. Não acontece com freqüência, mas quando acontece, é sempre para o bem. Algumas vezes leva o quebrado a se tornar inteiro de novo. Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar. Na maioria das vezes, é preciso apenas uma pessoa que tenha pavor de demonstrar o que sente para conseguir o que jamais achou possível. E algumas coisas nunca mudam. E que comece o novo jogo." 
                                 (Gossip Girl.)

''Não é fácil sair da zona de conforto. As pessoas vão acabar com você, vão dizer que nem devia ter tentado. Mas, escute isso: não há muita diferença em um estádio cheio de fãs e um bando de gente te xingando. Ambos estão apenas fazendo barulho. Como encarar isso é com você. Convença-se que estão torcendo por você. Se fizer isso, um dia eles irão''.
                           (Glee)


''Quer saber do que eu me arrependo? Eu conheci uma garota. Nós conversamos. Foi épico. Então o sol saiu e a realidade disse que tudo isso é realidade. Bem aqui.''
''O que há de tão especial nessa Bella? O Edward está tão vidrado! Eu sinto falta da Anne Rice. Ela sabia de tudo''

                                                            (The Vampire Diaries)

"O que está fora da vista perturba mais a mente dos homens do que aquilo que pode ser visto."
                                (Supernatural)♥_♥



''Estou falando com a mula não com seus carrapatos.''
      ''Sou pobre, mas não sou fanático''          
                                 Chaves

{hihihi só pra não perder a graça} 

domingo, 27 de junho de 2010

Muita gente me pergunta onde eu acho essas fotos bonitas que eu posto aqui ou no perfil do MW! então resolvi fazer uma lista dos sites, blogs, flickrs que mais uso :


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copo vazio

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.


É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.


É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.


Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.



 Chico Buarque

Pour un infidèle - Coeur de pirate

                          

photodaily













quinta-feira, 24 de junho de 2010

Venenosos.

Por  Maria Sanz Martins

O invejoso não é um sujeito que deseja o que o outro tem. Ele é aquele que o julga indigno de tê-lo.
O invejoso não suporta que o outro possa ser aquilo que ele não é, ou ter aquilo que ele não tem. E nem importa como o ‘outro’ tenha conquistado a glória, se com sorte e facilidade ou suor e sacrifício, o fato é que o invejoso secretamente o rivaliza.

Diferente da cobiça, que se sustenta sobre o desejo (do que é de posse de terceiros); a inveja é um despeito pelo sucesso alheio, que não raro se converte na tentativa (maldosa) de retira-lhe a dignidade. - E é espremendo mentalmente a justificativa deste ‘não merecimento’ que nasce o veneno.
Assim, a maldade facilmente se disfarça entre a casualidade das palavras.

Ora, está na raiz da inveja o sentimento de delação - “Se eu não posso, ele não pode”. Ou, em português claro, a inveja é o útero de toda fofoca.

Daí o trunfo do disfarce: fofoca é palavra venenosa, fato aleijado ou mentira órfã, semeada ao sabor do vento. E você sabe: não há como recolher as plumas negras espalhadas por um vendaval.
Mesmo porque, depois de misturadas à poeira, elas tomam acento sobre os telhados das casas, entram janela abaixo, caem sobre os jarros, se mesclam nas compotas, e colam nas paredes da garganta de uma gente de cera, que faz questão de passá-las adiante como sendo verdadeiras.

- Coisa feia!
A maldade bem disfarçada não se esconde, desfila e sapateia.

- Tsc, fazer o quê sobre isso? Se a fofoca é a recreação dos não-criativos!
*Remédio único está na imortalizada canção de Cazuza que, em verso, implora “vamos pedir piedade, Senhor piedade, pra essa gente careta e covarde”.
Ah, quanta gente pequena não escolhe ou inventa rivais que lhes ignoram a existência? E quantas pessoas ricas de espírito não são martirizadas por palavras atiradas às escondidas. Sim, porque aos olhos invejosos, pessoas de bem com a vida, sortudas ou simplesmente sadias parecem caminhar pela rua num tanque de guerra (branco) intimando-os para um confronto.
- Mas, como se sabe, a guerra está na cabeça de quem enxerga a felicidade alheia como um insulto à própria miséria.

Por que no lugar de construir um tanque forte para si, eles continuam alí, de trás da moita, atirando veneno e palavras negras ao vento, na tentativa de sujar a brancura de qualquer um que atravesse de cabeça erguida a rua?

(Não é a toa que muita mãe ensina a velha lição: “seja educado, mastigue de boca fechada, não grite, nem fale palavrão. E se, por acaso, você conhecer a felicidade meu filho, não espalhe. Muita gente também se sente agredida com isso).

Engraçado, parece que hoje a fofoca não só é um tipo aceito de maldade, como é também uma prática desejável. Ora, quem nunca sabe da ‘última’ ou não tem na ponta da língua uma historinha (suja) é normalmente ‘a chata’ da turma. É que mais do que nunca, na nossa cultura o cinismo é o rei do circo.

Honestamente, acho triste assistir ao venenoso produto da inveja sendo difundido e festejado pelos cafés, festas, academias, salas e salões da cidade. (Sem falar da mídia especializada, que é um caso a parte). Convenhamos, repassar a maldade pelo simples prazer de ver o outro arregalar a cara é, dos truques, o mais barato.
Infelizmente, fofoca só não é um passa-tempo (e sim uma grande maldade) para quem já esteve do outro lado.
Em todo caso, pra os caretas e covardes, Senhor, piedade.

TWO DOOR CINEMA CLUB - Something good can work



                          


Mais sobre sobre esse irlandeses com carinha de nerd : MySpace ! YouTube ! Facebook ! Last.fm !

quarta-feira, 23 de junho de 2010






Chega de razão!
Dê-me 8 horas de desaprendizado sobre o teológico
ideológico, antropológico... Cansei do lógico!
Quero o arrepio, sentir na pele em cada pelo
oque estão tentando resumir nos clichês.

“It still isn’t over.”

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Pixie Lott - Turn It Up.

  

tradução

recordação.

Agora, o cheiro áspero das flores
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.
Eram assim teus cabelos;
tuas pestanas eram assim, finas e curvas.

As pedras limosas, por onde a tarde ia aderindo,
tinham a mesma exalação de água secreta,
de talos molhados, de pólen,
de sepulcro e de ressurreição.
E as borboletas sem voz
dançavam assim veludosamente.

Restituiu-te na minha memória, por dentro das flores!
Deixa virem teus olhos, como besouros de ônix,
tua boca de malmequer orvalhado,
e aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios,
com suas estrelas e cruzes,
e muitas coisas tão estranhamente escritas
nas suas nervuras nítidas de folha
- e incompreensíveis, incompreensíveis.

Cecília Meireles.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tudo pode dar certo.

Inteligente e leve.
Tocante e engraçado.
 Realista e doce.

 Bem dessas coisas que só o Woody Allen consegue fazer!






Não vou fazer nenhuma análise técnica, para isso já existem muitos críticos de cinema ( Bem melhores que eu, por sinal). Mas posso te aconselhar a aproveitar enquanto está em cartaz. Vale cada minutinho.


titulo originall: (Whatever Works)
lançamento: 2009 (França) (EUA)
direção: Woody Allen
atores: Larry David , Evan Rachel Wood , Ed Begley Jr. , Henry Cavill , Patricia Clarkson
duração: 92 min
gênero: Comédia

Calmaria

    


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                 Na minha calmaria de ashram indiano me sinto em um limbo interior voraz que corromperia o amor se ainda restasse algo além de trapos, dentro do meu coração esfiapado.
Como o marinheiro e o barco ligados um ao o outro, mas sem vento ou combustivel; restando apenas água e horizonte. Assim vos apresento: meu coração e eu.
São tantos lamentos, que até a mim mesma causa enjoou reprisar minha intimidade minguada. É como querer água sem sede, Orfeu sem arpa, drogas sem vício ou a primeira história de amor sem um diário com florzinhas.
                Costumo pensar antes de dormir e chego a conclusão que todo um dicionário, a Odisséia em uníssono se encontra na minha mente nesse momento, mas só até dormir e acordar às 6 da manhã com todas as palavras mudas, desaparecidas; devem escorrer por debaixo do travesseiro muito provavelmente!
Deve ter algum livro de auto-ajuda ou programa ruim o suficiente na TV aberta para me distrair do meu sono interno; mas quem tem paciência para essas coisas?
Isso é simplificado pelos budistas como ignorânica; pelos islâmicos, culpa da tendência dos meus atos humanos em se rebelar contra Deus ( E Ele deve ler este blog e sabe que não é o caso). Pelos judaíco-cristãos, é o carma do pecado original e para Freud é só o resultado da luta incompreensível e interminável do meu Eu inconsciente versus a civilização caótica.
Ou talvez seja genético, hereditário.
Mas e daí ? Aonde cabe minha carência, minha solidão desenfeitada e cinza? Não se resolveu em nenhum livro do século XIX ou teoria atual. E isso que eu nem tenho 60 anos, meu rosto ainda está sem rugas como uma roupa recém engomada... E quando meu rosto for uma roupa retorcida quero que seja do esforço muscular diário das mil risadas que o comprimiu. Que se afaste  essa amargura sem motivo do meus anos dourados.
E a coisa anda tão feia e esquisita que perdi a fórmula das minhas paixões. Deve ter caído da bolsa na rua e como esqueci de colocar a etiqueta com o nome dele ( Por que sempre tem um ele em italíco intrometido nos meus textos?), não me encontraram para entregar a paixonite de fórmula docinha.
              Estou sempre com um fio de lã na mão esperando que Teseu volte à salvo. Esperando piamente não ser Ariadne e não me dissolver com o vento na minha própria história.
E se for para me diluir que eu passe antes pelo paraíso, inferno, Monte Olimpo e Hades, mas tudo isso aqui no nosso planeta que é redondo justamente para não nos tornamos quadrados.

domingo, 20 de junho de 2010

O último refúgio dos covardes.

Os corações são maiores que o mundo,
Por isso quando falam avançam, se queimam, andam em brasa.
O mundo pisa em corações,
e transforma homens em poetas.
Então, deem-lhe folhas limpas,
cadernos para os que acovardam-se
Que juntam os trapos nas letras
achando que o amor enobrece.


Cadê as penas na sombra do pássaro?
A que horas o céu tem três cores?
Qual é a personalidade do poeta?


Sonhos na tinta úmida,
que não é impedida de secar.
Como a tinta que já foi molhada em Monaliza
Mas que endureceu como a coragem dos poetas.
Mais uma carta não entregue,
lembrada no medo dos arrependidos.
Que como sempre, se vira, num espacinho de uma caixa pequena
Ganhando rugas, vincos não vividos.
Os homens andam meio tontos,
e deve ser a rotação da Terra.
Que vai mais rápido que as pernas
dos escritores covardes
Que só viram grande mesmo,
dentro das palavras que escrevem.

terça-feira, 15 de junho de 2010

La mauvaise éducation.

Título: La mauvaise éducation
Magazine: Numéro No. 114 Junho / Julho de 2010
Modelo: Miranda Kerr
Fotógrafo: Greg Kadel

Acho que devo mais editoriais como este por aqui.

POTES DE REQUEIJÃO.

Por Fabrício Carpinejar.

Eu me dei conta que tudo é exercício para estar acompanhado.

Arrumar a cama, por exemplo.

Há gente que coloca o cobertor fincado internamente nas bordas do colchão, revelando índole possessiva e ciumenta.

Há gente que deixa o cobertor solto, mostrando desapego e sociabilidade.

Há gente que nem ajeita, denunciando solidão e independência.

Vejo um temperamento nas banalidades. Eu dobro o lençol como aba de envelope sobre o cobertor. Minha avó me alertou: “Cobertor é masculino, lençol é feminino”. Faz sentido: ambos estão casados, esperando nosso olhar (o que explica que a cama se encontra curiosamente aquecida algumas vezes).

Arrumo os travesseiros com delícia porque é um ânimo a mais para namorar. Caminho de um lado a outro, concentrado. Trocar a roupa de cama é sempre reinaugurar o quarto.

Transformo a disposição do tecido num bilhete de amor. Desde a minha infância. Sou uma palavra dentro, bordada.

A solidão foi meu laboratório. Minha dança com o espelho. Cada ato, cada gesto, cada atitude insignificante representava a preparação para receber alguém. Minha solidão é tão feminina: não estranho que Cínthya não tenha surgido dela.

Quando retirava o rótulo das cervejas na adolescência não passava pela minha cabeça que participava de um curso de noivo. Na época, aquela fixação das unhas na embalagem sugeria vadiagem. Aos colegas, cheirava como isolamento. Mas era uma antecipação, já cuidava para não me atrasar ao encontro.

As garrafas da boemia me ajudaram a descolar depois o papel dos potes de requeijão. As distrações são técnicas domésticas. Ninguém me bate na ciência de não deixar adesivo no vidro. Resta limpo, luminoso, um copo ileso na prateleira.

Os casais que moram juntos não entendem o quanto são felizes. Como é fácil selar a paz dormindo na mesma cama. Uma hora vão suspirar de ternura no meio da madrugada ou esticar o braço ao longo do outro corpo e recompor a distância.

Fácil, fácil, por isso a proximidade é desprezada.

Durante o namoro, é preciso avisar, marcar hora, entrar em acordo. A conversa segue um ritmo nervoso, um atentado violento ao pudor, que logo esbarra numa reclamação e suspeita.

Tanto que os namorados, ao se encontrarem, não têm direito de trabalhar ou se isolar em seus passatempos. É um insulto. Compreendido como um desinteresse. Um dos dois se enxergará preterido, seja pela televisão, seja pelo computador.

Os casados não aparecem, estão lá, com a chance permanente de comover.

O corredor é o pressentimento do abraço. Não há urgência em finalizar um assunto, nem a obrigação de ser amoroso. É bater papo com ela enquanto toma banho, é servir café para brindar os dentes, é arrumar suas coisas para ganhar tempo.

Os casados estão despertos ao cuidado. Será simples surpreender, basta reparar que acabou a granola dela e trazer um novo pacote do mercado. Com certeza, os grãos formarão um buquê na xícara.

No namoro, qualquer mimo é previsível, uma chantagem. No casamento, toda lembrança é inesperada, uma gentileza.

Não coloquei nada fora em mim porque poderia usar como enxoval no futuro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

     Eu acredito que tudo acontece por uma razão. As pessoas mudam afim de que você possa aprender a deixar pra lá. As coisas correm mal, para que você possa apreciá-las quando estão boas. Você acredita menos, assim você eventualmente aprende a não confiar em ninguém a não ser você mesmo. E às vezes, coisas boas acabam, para que coisas melhores possam começar.

 Marilyn Monroe



O destino promete as flores, o sol e o banquete.
Então, estendemos os braços
abrimos o olhos e nos descobrimos loucos.

Um dia seu sorriso repudiou o sinal de partida
Mas depois, alguém partiu sem se despedir .
Quantos sinais se foram ao longo da estrada
quanta folha caiu nos outonos passados .

E então, um dia alguém disse
e repetiu a história da volúpia do amor,
que espuma ao léu, que reluz no escuro
que escorre pelo braços num líquido impuro .

Portanto, algum dia volte...
Conte-me os seus casos e exprima culpa.

Só assim o amor será supremo
cairá num vidrinho do seu bolso;
repousará sobre minhas mãos e o beberei
como um antídoto tóxico.

E alguém será o meu vício excessivo.
Meu fumo, minha droga colombiana.
E poderei jogar pela janela, sem culpa,
o projeto que fizemos do arco-íris.

 O destino promete tudo.
  Para estendermos os braços
      e nos descobrirmos ...

loucos
                                                       

domingo, 13 de junho de 2010

Lena - Satellite

        

tradução

Lena Meyer-Landrut foi a ganhadora do Eurovision, um festival de cantores que reúne todos os países da Europa. Ela é alemã e 7 entre 10 europeus estão fervorosos com a sua vitória. Com seus 19 anos ela é a sensação, acalmando até os ânimos da crise que assombra a europa. É como uma copa do mundo no Brasil.
  E satellite é uma dessas músicas chicletes que não precisa de muito para grudar na sua cabeça !

* siteOficial

sábado, 12 de junho de 2010

12.06

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Crie seu WebSite.

Bom, não é bem assim um WebSite desses de profissionais. É mais como uma brincadeirinha que faz a gente se sentir importante nas mídias digitais hahahaha. 

Tentem fazer : http://www.wix.com/

 


2




3




Até que ficou bonitinho, tentei fazer algo que lembrasse um portifólio com alguns trabalhos no meu amadorismo fotográfico hihi


Ps:. É provável que apareça, logo no início, uma janelinha quando você clica em ''Edit'' que te impede de continuar. Nesse caso : Vá em Ferramentas / Bloqueador de Pop-us/ Configuarações do bloqueador ( colocar o link do http://www.wix.com ) / Habilitar bloqueador .... E pronto, espero que tenha resolvido :*

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Uma Didática da Invenção

Por Manoel de Barros.

Para apalpar as intimidades do mundo é preciso saber:

a) Que o esplendor da manhã não se abre com
faca.
b) O modo como as violetas preparam o dia
para morrer.
c) Por que é que as borboletas de tarjas
vermelhas têm devoção por túmulos.
d) Se o homem que toca de tarde sua existência
num fagote, tem salvação

        

e) Que um rio que flui entre 2 jacintos carrega
mais ternura que um rio que flui entre 2 lagartos.
f) Como pegar na voz de um peixe.
g) Qual o lado da noite que umedece primeiro.
Etc.
etc.
etc.
Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios.



No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava escrito:
Poesia é quando a tarde está competente para Dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.

           


Quando o homem faz sua primeira lagartixa,
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras .



Para entrar em estado de árvore é preciso

partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.


Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.




O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama
enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

É só amor.

                 Todo dia dos namorados a cidade fica cheia de coraçõezinhos, há batom nas vitrines estampando “eu te amo”, os restaurantes lotam e os motéis ganham filas.

Todo dia dos namorados, os caixas fazem hora-extra, as embalagens chiam celofanes mundo afora, milhões de cartõezinhos são manufaturados de livre e espontânea vontade e sem vontade nenhuma também.
Todo dia dos namorados, as moças rezam pelo inusitado, os rapazes penam ou apelam à maternidade. Minha mãe uma vez comprou dois conjuntos de lingerie iguais, apenas trocava a cor, para as duas namoradas do meu irmão. A ilusão de uma data romântica e infalível, pra mim, durou menos que Papai Noel.
               Mas essa semana eu vi uma novidade: uma grande rede de lojas se fazendo de alcoviteira e criando agência de namoro na internet. Assustadora estratégia de vendas: se quiser se curar da solteirice, eu arranjo alguém pra você comprar presente.
Não basta a gravação no estacionamento do shopping, os comerciais de rádio e TV esmagadores, os lembretes onde quer que ande? Tudo empurrando a individualidade para o espaço. Se é solteiro, logo, é encalhado. Tem alguma coisa errada com você.
Me pus a pensar sobre o preconceito e a confusão entre solidão e estar solteiro. Solidão é sofrer ausência. Estar solteiro é gozar das possibilidades.
Há muitos anos provaram que o segredo está nos olhos. Talvez a dificuldade de quem sente solidão seja se posicionar como um derrotado. Quantos namoros surgem na véspera da data por absoluta carência? Ser solteiro não é não estar casado. Veja só.
               As prostitutas parisienses usavam um colírio à base de Beladona e antes disso, mulheres aplicavam extrato de atropa nos olhos. Isso para dilatar as pupilas e imitar o desejo. Desejar nos torna mais belos. Dizemos que sim, queremos alguém, com o olhar. E o parceiro pressente essa abertura.
O Dia dos Namorados é o colírio em nossos olhos. Fantasiamos um querer imenso, de tirar o ar, próprio da paixão e, por isso mesmo, absolutamente incontrolável: ele é que se impõe sobre a gente.
Querer e não querer são ciclos tão naturais quanto as estações do ano. Ao que o próprio corpo determina, não cabe crítica. Solidão é a arrogância de julgar que não está na hora do inverno. Quer reclamar? Escreve pro SAC do @ocriador. Ao menos será divertido.
                 Quem está sozinho, que se ame ainda mais. Tenha paciência com as pupilas, procure o sentido da pausa, perca o medo do egoísmo e aproveite para criar o hábito.

Crônica de Cínthya Verri (@cinthyaverri)

terça-feira, 8 de junho de 2010



Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos.

Tati Bernardi.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

                     

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