quarta-feira, 3 de março de 2010

Já não entendo as entrelinhas.

Eu leio um verso e quase acredito que ainda te espero em algum lugar. Os poemas de amor me convencem a te escrever um bilhete, mas por um instante as palavras escorrem... Escorrem porque meu coração não as guarda mais. As palavras se disssolvem, descem e sobem,  no fim recorto-as, ponho em um copo e as engulo.
O dom do poeta são as entrelinhas, e eu não as entendo mais por que você permanece na sua presença fajuta . Então entre uma linha e outra, sobra ...Uma lembrança e outra .
E no fundo, eu sabia. Ninguém ama o amor em si, todo mundo ama o amor que acha mais bonito, o amor que escorrega do céu, como se as estrelas descessem todas direto pro estômago e reluzissem nos olhos, que  tímidos, se esquivam.
Eu junto os caquinhos, letra por letra, seguindo as pistas na rota de cada vírgula, separando as síbalas, conjugando os fatos, procurando uma rima com seu nome,  ou um adjetivo perdido na estrofe. E nada está lá. Em algum momento eu disse até logo e o amor que eu amava parou de ser escrito...

Um comentário:

  1. quando nossa maior inspiração não está por perto, as palavras se perdem a ponto de nada sair decente. Mas há outras inspirações que aparecem para amenizar a falta.

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