quarta-feira, 7 de abril de 2010

Canção de amor da jovem louca.


'' Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para
a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo
do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo.
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente) ''

Florbela Espanca (tradução do poema de Silvia Plath)

Um comentário:

  1. Adoro Florbela.
    E hoje tenho certeza: eu o criei no interior da minha mente.

    Beijo.

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